Agro

Fortes chuvas destroem canaviais e geram prejuízos para usinas

Impacto foi sentido por parte de 13 usinas que atuam em Pernambuco

Por Nova Cana 06/06/2022 10h10 - Atualizado em 06/06/2022 10h10
Fortes chuvas destroem canaviais e geram prejuízos para usinas
Rio transbordou e invadiu a usina - Foto: Reprodução

As chuvas fortes que atingiram o Grande Recife e a Zona da Mata de Pernambuco provocaram 127 mortes e também afetaram a cultura da cana-de-açúcar e as usinas de açúcar e etanol. Plantações inteiras foram levadas pela água, que danificou estadas. Foram afetados, ainda, os agricultores que cultivam frutas, legumes e hortaliças.

Esta é a época de preparar a plantação de cana para a colheita, que começa em setembro. De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), mais de oito mil produtores e 200 mil trabalhadores vivem do plantio no estado.

O impacto foi sentido por parte das 13 usinas que atuam no estado, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O Sindaçúcar e a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco ainda não conseguiram quantificar os prejuízos, mas eles não foram pequenos.

De acordo com o gerente agrícola da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf), Geraldo Barros, os prejuízos são de aproximadamente R$ 360 mil só com a plantação. Fora os equipamentos.

“A gente contabiliza aproximadamente 30 hectares de prejuízo com relação a essas últimas águas. Plantas que vocês estão vendo que foram plantadas recentemente vamos ter de replantar ao custo de R$ 12 mil por hectare”, disse.

No município de Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi uma correria para retirar os caminhões após o Rio Cruangi transbordar. A água encobriu a ponte e alagou o pátio da Coaf.

Não deu para evitar que grandes máquinas fossem afetadas. E há três meses foi preciso usar água de carros pipa para concluir a última moagem.

“Molhou muito os motores. São cerca de 185 equipamentos que já tinham passado por revisões. As máquinas de soldas, que normalmente ficam no piso, foram todas encharcadas”, afirmou o gerente-geral da Coaf, Rudimar Gonçalves.

Em nota enviada à imprensa, a companhia relata que motores e máquinas foram afetados, sendo que 70% já estavam prontos para a nova safra. “A usina foi tomada pelas águas, tendo áreas inundadas com até um metro de altura. A mais afetada foi no administrativo, mas sem grandes danos”, completa.

Agora, todo o esforço é para recuperar os equipamentos que escaparam e esperar que os transtornos sejam amenizados pela esperança de uma moagem garantida pela água retida nas barragens.

Segundo a empresa, já foi iniciado o trabalho de recuperação, com uso de estufas. A previsão da Coaf é de que tudo esteja pronto até o início da safra.

Apesar disso, a unidade prevê uma boa moagem em função das chuvas regulares nos canaviais da região.