Polícia

Acusado é condenado a 26 anos de prisão

O corpo da estudante nunca foi encontrado

Por TNH1 e TJ/AL 28/05/2019 17h05
Acusado é condenado a 26 anos de prisão
TJ/AL

A 8ª Vara Criminal de Maceió conduziu, nesta terça-feira (28), o júri do acusado de matar a estudante Bárbara Regina Gomes da Silva. Otávio Cardoso da Silva Neto foi condenado a 26 anos, seis meses e 30 dias por matar a estudante Bárbara Regina Gomes da Silva. A decisão foi confirmada pela assessoria do Ministério Público de Alagoas (MP-AL) ao TNH1.

Interrogado no júri, acusado de matar Bárbara Regina volta a negar culpa. Ele afirmou que apenas deu carona à vítima e depois teria ido a um posto de gasolina para tomar um café, mas não apresentou testemunhas.

“Esse julgamento é daqueles que chamam mais atenção da sociedade e da imprensa, mas está dentro dos parâmetros e esperamos que ocorra dentro das normalidades possíveis”, afirmou o juiz John Silas da Silva, que preside o júri.

Pela manhã, foram ouvidas três testemunhas, além da mãe da vítima e o réu. Otávio Cardoso afirmou que não conhecia Bárbara, e que apenas deu carona a ela, a pedido da própria, e a deixou na avenida Álvaro Otacílio, próximo ao Banco do Brasil. Depois, teria passado em um posto de gasolina no Farol para comprar cigarros e tomar um café.

Questionado pela promotoria sobre por que não indicou uma testemunha para confirmar tal versão, disse que não lhe passou pela cabeça e que “não tinha como mandar chamar” os funcionários do posto, pelo fato de estar preso.

Sobre o uso do telefone da vítima, o acusado disse que fez apenas uma ligação com o aparelho, quando o encontrou em seu carro, no dia seguinte. “Nunca cometi crime nenhum contra essa moça. O que eu tenho a dizer ao senhor (juiz) e para a família é que eu não tenho nada a ver”, disse o réu.

A mãe da vítima, Valéria Leite da Silva, contou que sua filha avisou, por telefone, que estava saindo da boate acompanhada de um rapaz, e que chegaria em casa em poucos minutos. Afirmou que Bárbara “era uma pessoa totalmente responsável” e não levava uma vida desregrada.

O dono de um lava-jato no bairro do Pinheiro, José Cícero dos Santos, que lavou o carro de Otávio na segunda-feira posterior ao fato (madrugada de sexta para sábado) foi uma das testemunhas ouvidas. Ele disse que o veículo apresentava sujeiras comuns, como areia levada ao carro por calçados. Mas não havia barro ou vestígios de cana, segundo Cícero.

O representante do Ministério Público de Alagoas, promotor Antônio Vilas Boas, explicou que a acusação mantém a mesma tese desde início do processo. “É fato que ele confessou, ou melhor, confidenciou ao amigo dele, que teria sido ele o autor deste crime, ainda que esta testemunha em juízo tenha negado. Não temos nenhuma testemunha de viso, mas existem outros meios de provas”.

O julgamento ocorreu na 8ª Vara Criminal de Maceió nesta terça-feira (28). Bárbara Regina foi morta na madrugada do dia 1º de setembro de 2012, após ser vista deixando a boate Le Hotel, na Ponta Verde, acompanhada do acusado. Os dois foram filmados por câmeras de segurança da região.

Otávio estava preso desde 2017, devendo continuar em regime fechado após a condenação.