Economia

Cultura do fumo reacende no Agreste de AL

A área plantada na região agreste de AL corresponde a 10 mil hectares, sendo 3,5 mil no município arapiraquense

Por Assessoria 13/06/2018 10h10
Cultura do fumo reacende no Agreste de AL
Reprodução

Após décadas de recuo de mercado, a cultura do fumo no Estado de Alagoas dá sinais de recuperação. De acordo com Roberto Amaral, secretário de Agricultura de Arapiraca, atualmente, a área plantada na região agreste de Alagoas corresponde a dez mil hectares, sendo 3,5 mil no município arapiraquense.

Segundo o gestor da agricultura, em tempos de alta produção, Arapiraca chegou a contar com 40 mil hectares destinados a fumicultura, tendo sido intitulada, na década de 80, como a capital brasileira do fumo.

“Nos anos 90 foi quando ocorreu a grande depressão com leis internacionais mais exigentes afetando de forma consistente o mercado fumageiro. A produção de fumo chegou até a zerar, provocando desemprego e um grande abalo na economia local. A partir de 1998 é que, aos poucos, a cultura começou a ser retomada”, afirmou o secretário.

De acordo com ele, as novas regras atingiram principalmente o fumo denominado de baixeiro, que era exportado para várias partes do mundo, por concentrar níveis químicos de substâncias que estavam fora dos padrões internacionais.

“Mas, ainda nos anos 90, o baixeiro começou a ter uma destinação como fumo tipo B com classificação menor. Com isso, ele se encontrou na economia e está até hoje, sendo vendido para todo o Brasil. A atividade fumageira está a pleno vapor com um peso importante na economia de Arapiraca. Vale destacar ainda que 20% da produção do fumo de corda da região é comprado por empresas de São Paulo”, afirmou o secretário, lembrando que a atividade fumageira, nos anos 90, teve o financiamento oficial proibido. “Foram muitos anos que a cultura deixou de ter recursos. Contudo, há cerca de quatro anos, os bancos oficiais retomaram estes financiamentos”, destacou.

Amaral afirmou ainda que Arapiraca absorve toda a produção da região Agreste, onde o produto é processado. “Parte dele segue para a Europa e Estados Unidos para a capa de charuto e o fumo folha é enrolado que é distribuído para todo o país. É um mercado que só a nível de atividade rural representa por ano, para o produtor rural, algo em torno de R$ 50 milhões em Arapiraca”, finalizou.