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Obras no Canal do Sertão devem ser paralisadas

135 trabalhadores foram demitidos desde março, a justificativa é o atraso na liberação dos recursos

Por Blog do Edivaldo Junior 11/09/2019 09h09
Obras no Canal do Sertão devem ser paralisadas
Reprodução

Com previsão orçamentária, mas sem repasse financeiro, a maior obra em execução pelo governo de Alagoas, o Canal do Sertão Alagoano, vai parar na próxima semana.

Segundo os responsáveis pela obra, 135 trabalhadores foram demitidos desde março. Outros 260 trabalhadores devem ser dispensados na próxima semana.

A obra está sendo executada no trecho 4 e já estaria quase 90% concluída. Com o atraso na liberação dos recursos, segundo os responsáveis, a obra vai parar completamente caso os governos do Estado e Federal não consigam regularizar os pagamentos.

A previsão inicial no Orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional era liberar cerca de R$ 64 milhões este ano. Deste total, foram liberados R$ 30 milhões em março.

A partir da atuação do deputado federal Inaldo Bulhões (MDB-AL), a bancada federal de Alagoas conseguiu uma suplementação no Orçamento da obra e a dotação atual para 2019 aumentou em mais R$ 60 milhões para R$ 124 milhões.

Em julho, o valor de R$ 60 milhões chegou a ser empenhado, mas o recurso não foi liberado, segundo informações do Painel do Orçamento Federal, atualizada nesta terça-feira (10).

Seinfra confirma risco de paralisação 

O secretário de Infraestrutura do Estado, Maurício Quintella, confirmou o risco de paralisação da obra do Canal do Sertão. “Conseguimos empenhar, com a ajuda da bancada federal, R$ 60 milhões em julho, mas os recursos não foram liberados. Como a empresa vem trabalhando desde março sem receber qualquer repasse, é possível uma paralisação sim nos próximos dias ou semanas”, pondera.

Segundo Quintella, o governo federal tem alegado dificuldades financeiras para assegurar os repasses de recursos para o Canal do Sertão e outras obras. “Está realmente difícil realizar obras com recursos federais. No cado do Ministério (Desenvolvimento Regional), eles tem priorizado a distribuição de verbas na razão de 65% para habitação (Minha Casa Minha Vida) e 35% para obras hídricas. O governo, no entanto decidiu priorizar obras hídricas de  execução direta, a exemplo da Transposição do São Francisco. Com isso, o Canal do Sertão deve sofrer uma paralisação até que essa situação seja resolvida”, aponta.

Versão

Segundo os responsáveis pela obra, o trecho 4 do Canal do Sertão Alagoano corre sério risco de interrupção nos próximos dias. “Sem receber recursos oriundos do Ministério do Desenvolvimento Regional desde março deste ano, cerca de 135 trabalhadores foram demitidos. Um empenho de R$ 60 milhões chegou a ser feito em julho deste ano, mas até agora não foi liberado”.

Ainda segundo os responsáveis, “outros 260 trabalhadores correm o risco de perderem seus empregos e a obra ser completamente paralisada na próxima semana, caso a verba não chegue ao seu destino. Seria um grande prejuízo para a população, que há anos sonha com a água mais perto de casa. O trecho 4 ja tem quase 90% da obra concluída, com previsão de término em 2020.”