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Times do interior têm dificuldades para manter contratos

Por Globo Esporte/AL 31/03/2020 10h10
Times do interior têm dificuldades para manter contratos
Foto: Jailson Colácio/ASCOM Murici

A prorrogação da suspensão do estadual até o dia 20 de abril aumentou a incerteza no futebol alagoano. A maioria dos clubes do interior fez contratos até o dia 30 de abril e está em dificuldade, até pela falta de receita.

O GloboEsporte.com entrou em contato com os dirigentes para saber o posicionamento deles em relação à continuidade ou não do estadual 2020.

O presidente do CEO, Wilque Souza, informou que a prorrogação da suspensão aumenta o problema da diretoria. Há dívidas a serem quitadas. O clube de Olho d'Água das Flores também terá que renovar contratos, e isso está fora do planejamento.

- Seriam mais duas folhas nos clubes menores, por exemplo. Então a gente vê uma dificuldade muito grande, mas estamos diariamente conversando com o presidente da federação, Felipe Feijó, pra saber como vai ficar. Os próximos dias serão determinantes para sabermos se volta ou não. Sobre os pagamentos, a gente está com dificuldades. Já era difícil, mas esse problema agravou ainda mais a situação. Não sabemos se vamos conseguir pagar nossos débitos e vamos ter uma dificuldade muito grande se não entrar uma receita que a gente ainda não sabe como e nem de onde - disse Wilque.

Vice de futebol do Coruripe, Franciney Joaquim está pessimista em relação ao retorno do estadual em 2020. Ele disse também que é preciso que haja sensibilidade em todos os segmentos do futebol para que os prejuízos sejam minimizados.

- A cada dia que passa fica muito mais difícil a volta do Alagoano. O Alagoano perdeu a sua essência. A CBF, que outrora deu um prazo indeterminado, deu agora um prazo até 20 de abril, podendo ser prorrogado por mais dez dias. E isso foi acompanhado pela Federação Alagoana. Cada dia que passa, a cada novo prazo, fica mais difícil a gente acreditar na volta do Alagoano, até porque existe a questão dos campeonatos nacionais, que também estão paralisados. Vão faltar datas.

Líder do Alagoano, o Murici informou que as folhas do clube são pagas com receita vinda de parceiros e patrocinadores, mas que está difícil se manter dessa forma, já que as marcas não estão sendo expostas.

O clube suspendeu o trabalho, mas por conta da indefinição causada pela pandemia, não sabe se rescinde ou renova os contratos.

Os acordos com jogadores e comissão técnica vencem no fim de abril e um prolongamento do campeonato significaria uma folha a mais, o que foge do orçamento.

Em Arapiraca, o ASA suspendeu os contratos de todos os profissionais do clube até o retorno do Campeonato Alagoano, previsto para o dia 20 de abril.

O Jaciobá aprovou a suspensão do campeonato, mas informou que o planejamento do clube ficou prejudicado. Os atletas foram liberados para suas casas. A direção disse estar se empenhando para cumprir com as obrigações financeiras.

Com contratos até o fim do ano, CRB e CSA deram férias coletivas até o dia 20 de abril para os jogadores, mas os times da capital estão garantidos na Série B do Brasileiro, o que melhora o cenário.

Quem tem contrato até o fim de abril, caso do centroavante Alecsandro, do CSA, vai ser procurado pela diretoria para avaliar a permanência.